Na mais recente edição do SIMpodCRER, o pastor, jornalista e ativista Antônio Carlos Costa retorna ao programa em uma conversa emocionante, profunda e marcada por honestidade brutal. Quase três anos após sua última participação, ele compartilha os desafios enfrentados desde sua saída da Igreja Presbiteriana da Barra e revela, com sensibilidade rara, os bastidores de um processo pessoal e espiritual devastador.

Três Anos de Dor — e de Ressignificação

Logo no início, Antônio Carlos emociona ao relatar que os últimos três anos foram os mais difíceis de sua vida. Ainda que, nas redes sociais, tenha aparecido sorridente, torcendo para o Botafogo e tomando um bom vinho, ele revela que essa leveza era apenas a superfície de uma dor profunda e transformadora. A saída de sua igreja de origem, após anos de dedicação pastoral, não foi apenas institucional — foi emocional, teológica e existencial.

Cristianismo em Crise: A Convulsão que Ainda Nos Atinge

Como autor de livros como Convulsão Protestante e Teologia da Trincheira, Costa se mostra coerente com aquilo que prega: um Evangelho que incomoda, denuncia e restaura. No bate-papo, ele reflete sobre o papel da igreja diante de um cenário político polarizado e de uma espiritualidade sequestrada por interesses alheios ao Reino de Deus. Para ele, a missão profética da fé cristã está em risco — e não há mais tempo para neutralidade.

A Importância de Ser Escutado

Talvez um dos momentos mais tocantes do episódio seja quando ele expressa sua gratidão por ser ouvido: “Fico pensando: meu Deus, eu não sou digno disso… de alguém querer saber o que eu senti nesses anos”. É a vulnerabilidade do pastor-ativista que surpreende e humaniza — o mesmo homem que lidera a ONG Rio de Paz, que denuncia injustiças com coragem, mostra-se frágil, sincero e grato.

Uma Fé Que Abraça a Vida Real

Esse episódio é uma aula sobre como fé e realidade se cruzam. Não há espaço para triunfalismos nem fórmulas prontas. Costa fala sobre angústias reais, crises profundas e a necessidade de reencontrar propósito e alegria em meio ao caos. É uma espiritualidade que sangra, mas que não desiste.

Conclusão: A conversa com Antônio Carlos Costa no SIMpodCRER é um convite ao mergulho na alma de um homem que, mesmo ferido, não deixou de lutar. Um cristianismo honesto, político no melhor sentido da palavra, e profundamente humano. Para quem busca uma fé que resiste — e que acolhe — este episódio é indispensável.